Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2009

Museu Do Canteiro

 

Por meados do século XX, encontrava-se grande número de canteiros a laborar nas pedreiras de todo o país. Só em Alcains havia cerca de quinhentos. Hoje, porém, são poucos. O custo da mão-de-obra o apelo da emigração e a mecanização, entre outras razões, conduziram ao declínio da arte. O Museu do Canteiro, que na sua génese corresponde a uma iniciativa espontânea da comunidade alcainense, formula-se agora como uma instituição autárquica, vocacionada para estudar, preservar e divulgar as práticas e as vivências do trabalho do canteiro, em qualquer espaço ou tempo, sem limites geográficos ou históricos, acentuando a consciência de que os os canteiros de Alcains são parte integrante da aventura civilizacional que é a relação do homem com a pedra. A escolha do Solar Ulisses Pardal para receber este Museu não foi feita ao acaso. A elaboração do trabalho da pedra que se verifica neste edifício, invulgar na sua composição interior e exterior, tornam-no um belo exemplar da aplicação do trabalho de cantaria. Este Museu acalenta também a ambição de manter operativas as técnicas e os saberes tradicionais para através deles dar resposta ás necessidades de conservação e de restauro do património edificado. Neste trabalho, a perícia manual, a paciência e a sensibilidade do canteiro readquirem todo o seu valor.

  

 

Exposição o “Labor do Canteiro”

A exposição desenvolve-se ao longo de um percurso que acompanha as fases de intervenção sobre a pedra com vista á produção de cantarias. Mostram-se os utensílios mais antigos e tradicionais usados pelos canteiros no decurso das sucessivas operações e também as inovações de que foram objecto, conduzindo ao seu abandono e substituição por maquinarias. As imagens apresentadas neste percurso documentam práticas e técnicas que conduzem á produção de formas ou á elaboração estética da pedra e dão conta dos traços fundamentais da evolução da actividade pétrea em Portugal. Das inovações mais significativas destacam-se aquelas que vieram a emblematizar a própria industria pétrea até ali confinada ao uso da energia humana e animal. São ainda enunciadas questões que hoje se constituem como prementes nos modos de conceber o desenvolvimento dessa relação do homem com a pedra – questões que no presente colocam problemas quanto ao futuro.

 

 

 

 

Depósito de azeite

Certos compartimentos deste edifício exprimem a forte relação dos seus antigos donos com a grande propriedade de tendência latifundiária assente numa economia de produção de cereais de pragana e azeite. A excelência da bancada onde eram colocados os potes de folhas, com capacidade de 500 litros cada e o reservatório central que acautelava a pedra do azeite devida a eventuais roturas dos potes são testemunhos impressivos desse passado recente.

 

Reserva de provisões

Os arcos ou abobadas de granito e as traves de madeira suportam as grossas paredes de separação das distintas divisões e o pavimento de cantaria da cozinha constituído por grandes lajes de pedra regular e lavrada. O ferro surge como elemento estabilizador, permitindo a correcta ligação e continuidade da pedra com as traves de madeira que se encontram inseridas nas próprias paredes deste espaço mais reservado usado para armazenagem de provisões. Os armários introduzidos nestas paredes de pedra não aparelhada assumem o mesmo aspecto formal das copeiras da cozinha.

 

 

Exposições temporárias

O espaço destinado às exposições temporárias ou de curta duração, constitui o campo dinâmico do Museu do Canteiro, aberto a grande diversidade de propostas mas cuja temática a abordar será invariavelmente a do canteiro. Este constitui-se no espaço privilegiado de reflexão e divulgação das investigações decorrentes sobre essa mesma temática. No exterior do Solar dispõem-se o curral, o pombal e as estruturas de apoio ás actividades rurais, devidamente separadas em compartimentos térreos sem comunicação interna. Estas construções em alvenaria, parcialmente caídas e rebocadas, por muito próximas que estejam da cozinha, não coexistem no mesmo edifico. Pelo contrário, os espaços de conservação e de armazenamento dos alimentos integravam-se no conjunto construído, em espaços contíguos á cozinha: na adega que também teria a função de despensa, acumulavam-se para além dos pipos de vinho, algumas provisões os queijos, os ovos e a salgadeira para a conservação das partes do porco que não se comiam em fresco, nem se destinavam ao fumeiro; nas tulhas, guardava-se o pão – trigo e centeio; O azeite dispunha de compartimento próprio.

 

 

Cozinha

A lareira, construída em pedra aparelhada de grandes dimensões, é o elemento arquitectónico central da cozinha. No seu interior ainda são evidentes as marcas deixadas pelos fumeiros das matanças do porco suspensos através de varas. Atrás, situa-se a borralheira, lugar onde se deitava e conservava a cinza, resguardada do fogo por uma pedra baixa e negra de fumo. Os poiais de pedra e os armários de parede, também designados de copeiras, completam a composição arquitectónica da cozinha. Eram usados para guardar a loiça, os talheres, o azeite e o vinagre, o saleiro, o almofariz e os demais elementos necessários á preparação dos alimentos.

 

 

Tulhas

Como em grande parte do país, o trigo era o cereal predominante em Alcains. As tulhas são disso testemunho. Estas estruturas graníticas destinadas ao armazenamento dos cereais que asseguram a alimentação durante o Inverno, têm sobretudo por função protegê-los e resguarda-los contra a acção da luz, do calor ou da humidade e contra a acção de insectos e roedores.

 

 

Nora de Alcatruzes

A nora, apoiava-se no muro de pedra aparelhada que rodeava o poço de onde elevava a água necessária á rega dos campos circundantes, juntamente dispostos a diferentes cotas para vencer os declives e facilitar a distribuição da água. O movimento de rotação dado pelo animal, habitualmente um burro, actuava sobre uma engrenagem que fazia com que os alcatruzes de folha mergulhassem no poço com a abertura para baixo e subissem cheios de água.

 

 

 

Serviço Educativo

Direccionado para o público mais jovem, o Serviço Educativo visa o desenvolvimento de:

- Actividades lúdico-pedagógicas para crianças e jovens;

- Visitas guiadas para grupos escolares e outros públicos;

-Ateliers com vista a sensibilização deste público mais jovem pela arte da pedra e do património cultural, tendo como ponto de partida, as colecções (permanente e temporárias) do Museu do Canteiro;

- Desenvolvimento de acções especificas em colaboração com as escolas e as universidades, e em articulação com os programas curriculares;

- Visitas temáticas ás exposições temporárias.

 

 

 

CCA às 17:00
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+ informações

Museu do Canteiro

Para além da exposição permanente dedicada ao labor do canteiro o Museu também apresenta diversas exposições temporárias (relacionadas com a temática da pedra) durante o ano.
O Museu do Canteiro é tutelado pela Câmara Municipal de Castelo Branco e é gerido pela ALBIGEC (Empresa Municipal).
Encerrado à Segunda-feira e nos seguintes feriados: 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro

Horário

Terça a Sexta 9:30 - 12:30 / 14:00 - 17:30 Sábado e Domingo 14:30 - 18:30

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